Casos de feminicídio no AM crescem 87,5% no primeiro semestre

O levantamento também aponta que os estupros cresceram 14,9%, o que equivale a um estupro a cada 8 minutos no Brasil

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgou nesta segunda-feira (13), dados e análises sobre crimes violentos contra as mulheres no primeiro semestre de 2023. No Amazonas, os feminicídios cresceram 87,5% no período, em comparação a 2022. 

No Amazonas, no primeiro semestre de 2023 foram registrados 15 feminicídios contra oito no mesmo período do ano passado. As informações apontam que também no primeiro semestre deste ano, os feminicídios cresceram 2,6% em todo o país. 

O FBSP divulga periodicamente estatísticas a respeito de crimes que vitimizam meninas e mulheres. Em março de 2023 lançou a quarta edição da pesquisa “ Visível e Invisível: a vitimização das mulheres no Brasil”. O trabalho estimou os diferentes tipos de violência sofridos pelas mulheres que não são reportados às autoridades policiais. “Na ocasião, chamamos atenção para o dado de que quase 30% das brasileiras relatam ter sofrido algum tipo de violência ou agressão no ano de 2022, o que corresponde à 18.6 milhões de mulheres acima de 16 anos. A quantidade de mulheres que experimentaram alguma forma de violência no ano passado foi a maior já registrada em quatro edições da pesquisa”, diz trecho da publicação.

Com o crescimento dos feminicídios em 2,6% no primeiro semestre deste ano, o número de mulher assassinadas chega a 1.902 mil no país.  Em média, 38% dos assassinatos de mulheres ocorridos ao longo do primeiro semestre foram tipificados como feminicídio no Brasil, mesmo percentual de 2022. 

Estupros

O levantamento também aponta que os estupros cresceram 14,9%, o que equivale a um estupro a cada 8 minutos no Brasil. São mais de 34 mil casos. No Amazonas, foram registrados 350 casos apenas no primeiro semestre de 2023, que apresentam uma queda de 12,3% em relação aos 399 casos de 2022. “Em relação a tipificação assumida nos boletins de ocorrência, 74,5% dos casos registrados no primeiro semestre deste ano foram de estupro de vulnerável. Isso significa que as vítimas tinham menos de 14 anos ou eram incapazes de consentir (por enfermidade, deficiência mental ou qualquer outra causa que não pode oferecer resistência, diz outro trecho da publicação.

Raio X da violência sexual 

Em relação a idade, 61,4% das vítimas tinham entre 0 e 13 anos de idade, e 8 em cada 10 vítimas tinham menos de 18 anos. A maioria das vítimas (88,7%) eram do gênero feminino e 56,8% eram negras.

Quando verificado o vínculo entre vítima e autor, o levantamento mostra que entre vítimas estavam crianças e adultos como agressores, geralmente conhecidos das vítimas. 

Entre as crianças de 0 a 13 anos, 86,1% dos agressores eram conhecidos, e na maioria com vínculo familiar, sendo avôs, padrastos e tios. Entre as vítimas com mais de 14 anos, 77,2% dos agressores eram conhecidos das vítimas e 24,3% tinham sido estupradas por parceiros ou ex-parceiros íntimos.

Por fim, em relação ao local do crime, a casa se mostrou o principal local de violência: 68,3% dos casos de estupro e estupro de vulnerável ocorreram na residência da vítima e apenas 9,4% em vias públicas.

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