Estado e prefeitura reforçam a necessidade de vacinação para crianças, gestantes e profissionais da saúde
De agosto até o início deste mês de novembro, o Amazonas registrou cinco casos de coqueluche, todos na capital e região metropolitana. Estado e prefeitura reforçam a necessidade de vacinação para crianças, gestantes e profissionais da saúde.
Os diagnósticos positivos são de Manaus (4) e Iranduba (1), tratando-se de crianças com idades que variam de menos de um ano até cinco anos completos. A situação dos pacientes é acompanhada pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS/RCP). Segundo a gerente de Vigilância de Doenças Transmissíveis, Lilian Furtado, quatro crianças já tiveram alta e a que segue internada apresenta quadro estável.
A FVS/RCP também informou que todas as salas de vacinação no estado estão com estoque do imunizante contra a doença respiratória. No caso das crianças, ele é destinado para aquelas que têm dois, quatro e seis meses de vida, com uma dose de reforço. O público-alvo também contempla gestantes e profissionais da saúde.“Crianças devem ser vacinadas com três doses e uma de reforço, além de profissionais de saúde e gestantes. A prevenção da coqueluche se faz com vacina, atualize seu cartão de vacinação”, disse Lilian Furtado.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) informou que a cobertura vacinal contra a coqueluche – assegurada pela vacina pentavalente – na capital do Amazonas é de 94,81%. O comunicado diz ainda que, além da coqueluche, a pentavalente protege a criança do tétano, difteria, hepatite B e de infecções decorrentes da bactéria Haemophilus influenzae, como é o caso da meningite.
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O que é a coqueluche?
De acordo com o Ministério da Saúde, a coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada pela bactéria Bordetella pertussis. A principal característica é a constante crise de tosse seca. Pode atingir também traqueia e brônquios. Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.“Em alguns casos, pode evoluir para uma otite, uma pneumonia, desidratação, convulsão e até mesmo uma lesão cerebral e morte, mas em casos excepcionais”, disse o infectologista Jesem Orellana.
Os sintomas da infecção evoluem em três fases. Na primeira, ela se assemelha a um resfriado comum; o paciente apresenta febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. Gradualmente, a tosse se torna mais intensa e frequente, evoluindo para crises de tosse mais intensas. Depois, a tosse se torna muito forte e incontrolável, com crises súbitas e rápidas que podem causar vômitos. Durante essas crises, a pessoa pode ter dificuldade para inspirar. Na última fase, essa tosse começa a diminuir em frequência e intensidade, mas pode persistir por duas a seis semanas ou por até três meses.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da coqueluche ocorre principalmente pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada, por meio de gotículas eliminadas ao tossir, espirrar ou até mesmo falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, pois é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível. O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo até os sintomas começarem a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias, podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.
Por A Crítica