Por mês, os gastos com aluguel e medicamentos ultrapassam R$ 4 mil para manter o tratamento da pequena Giselly Silva de Andrade, de12 anos de idade. Ela precisa permanecer por um ano em São Paulo
Giselly Silva de Andrade tem 12 anos e foi diagnosticada com encefalopatia crônica isquêmica não evolutiva, a paralisia cerebral. O tratamento é realizado em São Paulo há sete anos de forma periódica, sem que ela e a família precisem passar muito tempo fora do Amazonas, mas desde janeiro deste ano as terapias e os acompanhamentos médicos se tornaram mais intensos e para continuar com a evolução no quadro de saúde ela tem que permanecer por um ano no estado do Sudeste brasileiro.
A mãe, Diane Queiroz da Silva, explicou que não tem condições de se manter com a filha por tanto tempo na cidade paulista. Desde o início do ano, ela tem enfrentado dificuldades para conseguir custear a permanência, segundo ela “a conta não fecha”. Por mês, Diane relatou gastar cerca de R$ 3 mil apenas com o aluguel e mais R$ 1,5 mil com remédios. A família recebe ajuda do Governo do Amazonas através do “Tratamento Fora de Domicílio” (TFD) que custeia passagens e oferece ajuda de custo para alimentação e pernoite, mas o auxílio não é suficiente para pagar pelo longo período que vão precisar ficar em São Paulo.“É uma boa ajuda, mas os gastos são maiores. A maior dificuldade é o remédio e o aluguel, são os itens mais caros. O TFD não cai [na conta] em uma data certa, às vezes demora até três meses para cair e é muito complicada essa situação.” Disse a mãe.
Diane iniciou uma campanha nas redes sociais para pedir doações de qualquer valor para ajudar nas despesas. No Instagram (@giselly_umsonhodeandar), a família disponibilizou a conta da filha para reunir a ajuda. Os valores podem ser doados através do Pix de número 031.825.462-01. Com a hashtag “SomosTodosGigi”, a mãe alimenta o sonho de ver a filha conseguir andar e ser independente.
também. A gente acredita que é possível, mas também queremos garantir uma boa qualidade de vida pra ela, uma certa independência porque ela vai crescer e daqui a pouco nós, pais, não estaremos mais aqui.” Explicou Diane.
Pequena guerreira
Giselly nasceu prematura, com 37 semanas. Logo após o nascimento, precisou ser internada e passou 15 dias na UTI neonatal por causa de problemas respiratórios. Aos três anos, voltou para a unidade de terapia intensiva por causa de um quadro de pneumonia, que evoluiu para um atraso no neurodesenvolvimento e déficit na coordenação motora. Um ano depois, teve que viajar para Fortaleza, onde passou pela sua primeira cirurgia, até agora ela já soma 12 procedimentos cirúrgicos e mais quatro devem ser realizados até fevereiro do ano que vem.
Mesmo com as dificuldades, ela apresentou uma melhora no quadro de paralisia ao longo dos anos, muito em razão das cirurgias e do tratamento intensivo das terapias. Atualmente, ela precisa ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar com neurocirurgião, fisioterapeuta, fonoaudiólogos e psicólogos.
Paralisia Cerebral
A deficiência é a mais comum do mundo na infância, com mais de 17 milhões de pessoas diagnosticadas mundialmente. No Brasil, são 30 mil novos casos por ano, segundo a organização World Cerebral Palsy Day. A paralisia cerebral é um conjunto de falhas permanentes no desenvolvimento tanto da postura quanto dos movimentos, é provocada por um distúrbio durante a fase de crescimento do feto. Geralmente, ela está associada à hipóxia, à falta de oxigênio na circulação sanguínea. É possível que a paralisia não seja identificada no nascimento do bebê, apenas durante a fase de infância.
Não há cura, mas o tratamento com fisioterapia, fonoaudiologia, cirurgias e medicamentos ajudam o paciente a alcançar o potencial máximo de controle sobre o próprio corpo.
Por A Crítica