Homem pinta gravuras rupestres de mais de mil anos em Manaus e gera revolta

Pintura das gravuras é considerada um crime contra o patrimônio natural e cultural, com penas que variam de 1 a 3 anos de prisão e multa.

A forte seca que afeta o Norte do Brasil expôs um pouco do passado da região. Em Manaus, o Rio Negro atingiu o nível mais baixo em 121 anos, revelando gravuras rupestres esculpidas em paredes rochosas há mais de mil anos. Mas o ato de um historiador, que pintou as imagens, causou revolta e abriu uma discussão sobre a necessidade de preservação da história da região.

Crime contra o patrimônio natural e cultural

  • O Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou que qualquer pesquisa com intervenção em um sítio arqueológico sem permissão do órgão “é ilegal e passível de punição nos termos da lei”.
  • Os delitos são considerados crimes contra o patrimônio natural e cultural, com penas que variam de 1 a 3 anos de prisão e multa.
  • O órgão ainda destacou que procurou as autoridades competentes “para evitar possíveis danos aos bens arqueológicos”.
  • A Polícia Federal, o Batalhão de Polícia Ambiental e a Secretaria Municipal de Segurança Pública vão ajudar com patrulhamento “de modo a impedir qualquer dano ao Patrimônio Cultural brasileiro”.
  • Além disso, o Iphan disse que adotou outras providências, como a confecção de um plano emergencial devido à estiagem, com um grupo de trabalho para gestão compartilhada do sítio.
  • As informações são do UOL.
(Imagem: reprodução X/@gisellabraga)

Pedido de desculpas

As fotos das gravuras com tinta branca foram postadas e repercutiram nas redes sociais, com várias manifestações de repúdio. Após o caso, o autor das pinturas Otoni Moreira de Mesquita, de 70 anos, pediu desculpas pelo ocorrido e disse que lavou as obras.

Ele disse que decidiu pintar a primeira gravura porque ela “se encontra localizada num local de penumbra dentro de uma pequenina caverna nas pedras”. Ainda destacou que procurou os “recursos técnicos para garantir que não causaria risco ou dano, nem constituiria uma agressão ao bem artístico e cultural”.

No pedido de desculpas, o historiador ainda explicou que usou um pincel de pelo, aplicando caulim, que é um uma argila natural de coloração branca, e que não poderia “intervir e agredir a obra.”

Peço, portanto, que tentem compreender o fato, a partir do ponto de vista do interesse acadêmico, pois um registro pode contribuir com futuras interpretações. Em momento algum pretendi agredir a obra, ou ferir a memória de nossa ancestralidade. Peço minhas sinceras desculpas àqueles que, por alguma razão, se sentiram ofendidos com a adoção do meu método de investigação, que está dentro dos pressupostos de formação acadêmica.Otoni Moreira de Mesquita

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