Níveis de fumaça no município de Itacoatiara alcançaram 301.8 MP (Materiais Particulados), número equivalente a 12 vezes o considerado ‘seguro’ para saúde, que é por volta de 25 MP
A qualidade do ar no município de Itacoatiara (distante cerca de 270 quilômetros de Manaus) atingiu níveis alarmantes na tarde deste sábado (14), conforme dados do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), chegando a perigosos 301.8 MP (Materiais Particulados), número equivalente a 12 vezes o considerado seguro para a saúde (25 MP), e ficando bem acima do considerado como péssimo (entre 125 e 160 MP).
Para se ter uma ideia, o número de MP em Manaus, no mesmo período, por volta das 14h30, ficou próximo dos 60 MP em bairros como Dom Pedro, Nossa Senhora das Graças e Aparecida; e próximo dos 80 MP em bairros como Aleixo, Cidade Nova e Zumbi dos Palmares, à exceção do bairro Santo Agostinho e Compensa, que atingiram 124.1 MP no mesmo horário.
Perigos da fumaça
A fumaça que vem das queimadas é um problema sério que afeta a saúde da população de todo o Amazonas. Em meio ao cenário onde os incêndios florestais têm contribuído para a piora da qualidade do ar na região metropolitana de Manaus, a Associação Amazonense de Pneumologia e Cirurgia Torácica emitiu uma nota técnica descrevendo a gravidade que os efeitos da exposição à fumaça de queimadas podem impactar na saúde da população.
“O tamanho das partículas de poluentes é variável, mas cerca de 90% da massa de partículas emitidas por incêndios florestais consiste em partículas finas, com tamanho menor que 2,5 µm de diâmetro, que denominamos como PM2,5 e que por seu pequeno tamanho chega mais facilmente em pequenas vias aéreas ao serem inaladas”, descreve a nota técnica.
Grupos de risco
O médico infectologista Nelson Barbosa, que atua no Hospital Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, em Manaus, ressalta que é preciso ter uma atenção redobrada aos grupos de maior risco, como crianças, idosos e pessoas que já possuem doenças cardiorrespiratórias.
“O grupo que pode preocupar mais a gente são as pessoas que têm comorbidade, que tem asma, que tem uma doença cardiovascular grave, essas pessoas vão ter sintomas de moderado a grave, podendo ser internadas em uma unidade hospitalar”, destacou Barbosa.
Barbosa explicou ainda que as pessoas que estão fora do grupo de risco também devem se atentar aos sintomas causados pela inalação constante do ar poluído.
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Por A Crítica