O lavrador foi picado pela cobra da espécie Surucucu e esperou quatro dias para ser socorrido dentro de uma mata fechada no Careiro, interior do Amazonas.
Após passar quatro dias aguardando socorro, um lavrador foi salvo por brigadistas do Ibama após ser picado por uma cobra venenosa, em Careiro, no interior do Amazonas, na segunda-feira (30).
De acordo com o Ibama, uma equipe do Prevfogo, que estava trabalhando no combate aos incêndios florestais na região, foi acionada pela Secretaria Municipal de Saúde para ajudar no resgate do lavrador.
O local é de difícil acesso, mesmo com o uso de aeronaves. Os dois brigadistas e outros dois moradores locais saíram da base do município de Manaquiri – um dos setores da Operação Amazonas 2023.
Técnicos em enfermagem, os brigadistas Jeffite Cordeiro Ambrósio e José Augusto Antunes entraram na mata às 11h40, mas só encontraram o lavrador Cícero José de Oliveira, 43 anos, seis horas depois, após caminharem 17 km.
O lavrador foi picado no dia 26 de outubro, enquanto fazia a medição de um terreno junto com outras duas pessoas. Cícero aguardou pelo salvamento por quatro dias.
“Saiu muito sangue. Achei que a situação poderia piorar, então eu e os dois que estavam comigo corremos em direção a estrada por mais ou menos mil metros. Mas a perna travou, foi quando o indígena que estava com a gente foi pedir a ajuda. A gente ainda tinha comida, mas no domingo ficamos por conta de palmito. Na segunda-feira a gente já estava sem água”, recorda o lavrador.
A cobra que lhe picou, uma surucucu-pico-de-jaca, é considerada pelo Instituto Butantan a maior serpente peçonhenta das Américas.
“Antes de sair da base, pesquisei na internet sobre a cobra. Sabia que se tratava de um animal venenoso e cuja picada causa dor extrema. Na ida, dizia para os companheiros manterem a calma e seguir a linha de raciocínio de que tudo daria certo. Ao encontrá-lo, perguntei: numa escala de zero a dez, qual a intensidade da dor? Ele respondeu: nove”, conta Ambrósio.
Os brigadistas aplicaram o soro antiofídico no lavrador. Após cinco horas de caminhada, os três conseguiram chegar a Careiro, onde Cícero – carregado numa rede – foi hospitalizado. Ele não corre risco de morte.
Por g1 Am