Neste domingo, com 13,69 metros, o rio que banha Manaus já registra a terceira maior vazante já documentada
O rio Negro está a apenas seis centímetros de alcançar a maior seca já registrada pelas réguas oficiais de Manaus. Neste domingo, o afluente baixou mais 9 centímetros, chegando a medir 13,69 metros. Segundo o Porto de Manaus, que faz a medição oficial, o recorde deve ser batido nesta segunda-feira (16). Há possibilidade de isso não ocorrer, por influência da chuva que caiu em Manaus, neste domingo.
Com os 13,69 metros contabilizados até hoje (15), essa já é a terceira maior estiagem a que se tem conhecimento. Está apenas atrás das secas em 1963 (13,64m) e 2010 (13,63m), que devem ser superadas nesta semana.
Quatro municípios localizados na calha do rio Negro ainda estão em situação de emergência. São eles: São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e a capital do Amazonas, Manaus. Em Novo Airão, onde a seca já é a maior da história, o status é de ‘alerta’.
Segundo o governo do Amazonas, mais de 112 mil famílias estão sendo diretamente afetadas pela estiagem severa que atinge o estado. O número de pessoas afetadas ultrapassa 450 mil.
No caso de Manaus, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, os cenários mais preocupantes são na zona rural. Há comunidades parcialmente isoladas com a seca do rio Negro, dificultando o transporte de pessoas e de cargas, desde água potável até alimentos.
Outros rios de água preta na região metropolitana de Manaus também estão em situação crítica. No município de Rio Preto da Eva, cortado por um afluente de mesmo nome, a prefeitura anunciou um racionamento de água que começou ainda na semana passada. As bombas que levam o líquido às casas estão sendo desligadas durante a noite para que os reservatórios consigam se recuperar.
Em padrões normais, a seca no rio Negro costuma ir até o fim de outubro, com a chegada do inverno amazônico em novembro. A previsão é de chuvas durante toda a semana para São Gabriel da Cachoeira, o primeiro município do Amazonas banhado pelo rio Negro, na fronteira com a Colômbia.
Apesar disso, especialistas dizem não ser possível definir com certeza que isso já é um indicativo do fim do período de seca, afetado neste ano pelo fenômeno El Niño, que reduz o volume de chuvas e causa estiagens prolongadas no Norte e Nordeste do Brasil.
Por A Crítica