Indígenas e ribeirinhos serão beneficiados por instalações dos observatórios
A equipe brasileira “Brazilian Team” pode receber prêmio de R$ 10 milhões de dólares para mapear a biodiversidade na Amazônia. A abertura da fase final aconteceu nesta quarta-feira (03/07), no Teatro Amazonas, após 5 anos de trabalho de pesquisa, que tem 6 equipes para realizar os testes na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro, localizada nos municípios de Manacapuru, Iranduba e Novo Airão.
O XPRIZE Rainforest lançou a competição internacional e a disputa está entre as equipes do Brasil, Espanha, Estados Unidos e Suíça.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, ressaltou em seu discurso que as iniciativas são importantes para desenvolver a Amazônia com tecnologia e mapear rapidamente mudanças climáticas.
“É preciso entender que precisamos de alternativas para o desenvolvimento sustentável. Essas alternativas servem para nos mostrar de que forma podemos preservar de forma consciente, respeitando nossa população indígena e quilombolas”, disse Lima.
O governador alertou durante o evento que a estiagem prevista para 2024 está 30 dias adiantada e que essas soluções precisam ser pensadas para evitar o agravo das mudanças climáticas como vistas no Rio Grande do Sul e no Amazonas em 2023.
O coordenador do projeto no Ministério do Meio Ambiente de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), João Francisco, celebrou a proposta por ser realizada por investimentos privados em melhorar a Amazônia.
O coordenador informou que para a implementação do monitoramento, as comunidades ribeirinhas e indígenas são consultadas e visam gerar renda nas reservas.
“A tecnologia sozinha não tem nenhum valor, ela só tem valor se ajudar a melhorar a qualidade de vida dessas populações”, destacou João Francisco.
O coordenador do time brasileiro, Vinicius Castro Souza, informou que de forma prática, a equipe visa mapear a biodiversidade, evitando que se perca espécies que ainda são desconhecidas. “As amostras podem ser levantadas até por imagens de drones, folhas caídas, que posteriormente seriam analisadas por especialistas”, disse Castro.
O coordenador ressaltou que as tecnologias utilizadas são drones, robôs, sensores e mecanismos de coletas de DNA Ambiental para avaliação.
Na cerimônia, a ativista indígena Vanda Witoto ressaltou aos convidados e competidores de outros países que envolver os indígenas no processo é essencial e cobrou a demarcação das terras indígenas.
“Temos que ter a demarcação de nossas terras. Estar aqui no Teatro Amazonas é uma forma de demonstrar resistência, porque foi construído a cúpula pensando em nossas malocas, mas estar viva aqui é um ato de resistência, pois tentaram nos matar”, afirmou a indígena Witoto.
“A biotecnologia, bioeconomia mostram que nós precisamos gerar renda. As tecnologias estão diretamente ligadas com a bioeconomia, se a gente não conseguir gerar renda com a floresta de pé, a gente não vai conseguir enfrentar o grande desafio climático que a gente encontra, como a estiagem severa”, informou o coordenador.
Por A Crítica